117° Capítulo

~ Narrador~

Ela então recolheu todas as lágrimas e transformou toda a dor em raiva, todo o amor em ódio e todo o carinho e respeito em ressentimento. Na verdade ela encontrou forças que ela mal sabia existir dentro dela, essa força era resultante de tamanha raiva e arrependimento.

   Coitada ! Mal sabia ela que ele estava sofrendo inigualavelmente mais e que oque ele estava fazendo era com certeza a maior prova de amor do mundo.

   Ela saiu com a cabeça erguida e com o coração ao chão. Pronta para fazer ás malas ela se direcionou cega de dor para o quarto, ligou para o tal Brian e confirmou sua ida para Paris ainda naquela manhã.

    No fundo ela já estava com medo de não suportar ficar sem ele, porém ela tinha em consciência que não compensaria ficar com alguém que não á ama mais.

  Que pena ! Que pena que a vida pregou essa grande peça neles, que pena que estava longe dela saber que ele passou 2 meses se preparando para dizer as maiores mentiras de sua vida, ou melhor, as mais difíceis palavras já ditas por alguém que ama incondicionalmente. Mas saber disso estava fora de cogitação da mente dela, por tanto não havia mais lugar algum que a prendia. Seu destino estava traçado: 3 anos em Paris.

  [...]

Ainda com o rosto ardendo com o tapa que levara, uma lágrima escorreu por seu rosto e o coração gritou "eu te amo", porém só saiu "se cuida". O coração dele sangrava, ele havia aberto uma ferida nele maior do que a distância que essas duas almas gêmeas manteriam um do outro. Talvez, se ele não fizesse isso o estrago seria maior. Para os dois.

  Porém, me diga você leitor, como explicar isso para um coração apaixonado.

Sua maior vontade era sair correndo atrás da mulher da sua vida, antes que ela se derrubasse em lágrimas, mas ao invés disse ele fez o certo em seu ponto de vista. Ele chorou, chorou a cada vez que lembrou daquele par de olhos cor de safira se reprimindo em dor.

[...]

Um pouco mais a frente, ou melhor, 5 quartos á frente ela colocavam as roupas nas malas com mais brutalidade do que batera na porta minutos antes.

  Pegou as jóias e sapatos e pois em uma quarta mala. Deixou para trás apenas presentes de alguém que á machucou, mas do que isso, á matou por dentro.

  Ela desceu avisando para Carlos (o segurança) descer suas malas. Com tanta pressa em angústia ela quase esbarrou em Pattie que passava por ali. Daria uma ótima cena de um filme, daquelas que não precisa-se de script nem diretor, apenas sentimentos. Dois olhos azuis se encontraram em meio de tanta dor, o gesto foi finalizado com um longo abraço apertado.

Duda: Obrigada por tudo - A pequena disse segurando as lágrimas, não era hora de chorar.

Pattie: Eu amei te conhecer e te ter aqui por todo esse tempo.- Pattie nem era tão forte assim, portanto se rendeu á lágrimas.

Duda: não chorar ! você foi uma mãe para mim sempre que precisei, eu acredito em você quando diz isso por que eu sinto o mesmo, mas seu filho infelizmente não sente mais.

Pattie: pode demorar o tempo que for, mas tudo vai ficar bem ! Princesas sempre tem finais felizes.

  Eduarda engoliu o choro mais uma vez.

Duda: eu prometo sempre me lembrar disso.

  Carlos as interrompeu da porta, e ex sogra e ex nora, se despediram com um último abraço. Assim que Eduarda passou pela porta, Pattie correu para abraçar um alguém com uma dor bem maior, um alguém que realmente tinha um coração despedaçado.

CONTINUAAAAAAAAA